Os ataques de hackers se tornaram muito mais frequentes, pois nossas casas estão cheias de dispositivos inteligentes. Por meio de alguns deles, os cibercriminosos podem entrar virtualmente em nossas casas. Aqui estão alguns exemplos para ajudá-lo a se conscientizar do problema.
Ataques de hackers em casas inteligentes: o caso de Adam e Heather
O casal Adam e Heather Schreck, em uma noite de 2014, foi acordado no meio da noite com um barulho alto vindo do quarto do filho. No entanto, o que perturbou o sono dos dois não foi o choro habitual do bebê de 10 meses. Correndo para seu quarto, os pais perceberam, para seu espanto e medo, que o barulho era a voz de um homem adulto gritando "Acorde!" e que veio do monitor do bebê.
Mas isso não é tudo. Assim que entraram no quarto, a câmera desviou o olhar do bebê e dos pais, automaticamente. Para uma babá eletrônica, programada apenas para monitorar o bebê, essa ação significava apenas uma coisa: a câmera havia sido hackeada e alguém a controlava pela Internet.
Uma história perturbadora, e ainda mais se pensarmos que já se passaram sete anos desde este evento. Desde então, nossas casas estão repletas de dispositivos inteligentes, e os hackers aprenderam a hackeá-los cada vez melhor.
Maior sequestro de todos os tempos: aconteceu em 2016
Outro evento semelhante remonta a 2016, dois anos após a noite que envolveu os Schrecks. Desta vez, o ataque foi em larga escala e deixou grande parte das redes de Internet na Europa e nos Estados Unidos de joelhos. Estamos falando que centenas de milhares de dispositivos foram comprometidos por meio do que os especialistas em segurança chamam de ataque de negação de serviço distribuído (DDoS), usando botnets Mirai.
O que aconteceu foi que vários dispositivos conectados à rede foram hackeados, e estes foram usados para sobrecarregar os servidores de Dyn. Esta última é uma empresa que anteriormente controlava grande parte da infraestrutura do sistema de nomes de domínio (DNS) da Internet, com tráfego. O resultado? Sites como Twitter, The Guardian, Netflix, Reddit, CNN e muitos outros na Europa e nos EUA foram bloqueados durante a maior parte do dia.
Quando os hackers "congelaram" a cidade de Lappeenranta
Lappeenranta é uma cidade com cerca de 60.000 habitantes no leste da Finlândia, alvo de um ataque cibernético em 2016. Desta vez, os sistemas de aquecimento central e circulação de água quente em edifícios foram alvos. Ao forçar os sistemas de aquecimento a entrar em um ciclo de reinicialização sem fim, os hackers bloquearam o aquecimento dos moradores. Tudo aconteceu em um momento em que as temperaturas na Finlândia estavam abaixo de zero.
Portanto, ter uma proteção de IoT mais forte e abrangente para residências inteligentes no nível da rede não deve ser apenas a prioridade dos usuários.
2018: um cassino hackeado por um termômetro inteligente
Pode-se pensar que os cassinos, em comparação com as casas normais, possuem sistemas de segurança avançados. Esta história nos diz que um teatro pode ser derrubado por um simples dispositivo IoT - um termômetro de aquário inteligente em seu saguão.
De acordo com Nicole Eagan, CEO da empresa de segurança cibernética Darktrace, os hackers usaram o termômetro conectado à Internet para invadir a rede. Uma vez lá dentro, eles "encontraram o banco de dados high-roller e o retransmitiram pela rede, do termostato à nuvem".
Isso pode muito bem acontecer com um cartão de crédito e credenciais de usuários. De repente, tornar a casa mais inteligente não parece tão atraente; no entanto, existem várias maneiras de os usuários aumentarem sua segurança e se defenderem contra hackers. O aplicativo mydlink da D-Link, por exemplo, permite que os usuários controlem e monitorem dispositivos conectados. Isso inclui câmeras, plugues inteligentes ou sensores, diretamente de um smartphone ou tablet.
E se os hackers assumirem os carros?
Os carros inteligentes estão cada vez mais conectados. Um experimento de 2015, conduzido por alguns pesquisadores, nos ensina que é possível hackear e assumir o controle até de um Jeep Cherokee. O piloto de testes notou que, sem tocar no painel, as entradas de ar do Jeep começaram a soprar ar frio, na potência máxima. Posteriormente, o rádio mudou para uma estação diferente, no máximo, e não foi possível desligá-lo. Os limpadores foram ligados e o líquido embaçou o vidro. Embora o volante e os freios não tenham sido afetados, mais interrupções teriam sido suficientes para causar um acidente.
Dicas para se proteger melhor
Tudo isso pode pensar que, em suma, seria melhor desistir do conforto dos dispositivos IoT. Na verdade, ao invés de desistir, é importante prevenir os riscos dos dispositivos conectados. Por exemplo, para monitorar sua casa, soluções em nuvem como mydlink fornecem criptografia de ponta a ponta por meio da nuvem. Isso elimina o risco de hacks de câmera. Esta solução também oferece um ecossistema completo para a casa inteligente que controla e gerencia a casa, com câmeras, plugues inteligentes e outros sensores.
Também pode ser útil familiarizar-se com os controles de segurança do roteador e configurá-lo para ajustar a exposição à Internet. Por exemplo, simplesmente desabilitar o acesso remoto no roteador pode impedir que um hacker assuma o controle dele. Além disso, uma proteção antivírus e antimalware adequada em todos os computadores e laptops da casa é de grande ajuda.
Outra contramedida, embora possa parecer trivial para nós, é atualizar frequentemente as senhas e o firmware para renovar a proteção do dispositivo e alterar as senhas padrão. Os dispositivos mais antigos geralmente vêm com uma senha fornecida pelo fabricante, que geralmente é a mesma. Se não for modificado, o dispositivo fica extremamente vulnerável a ataques cibernéticos.
Familiarizar-se com os controles de segurança do roteador e configurá-lo para regular a exposição à Internet também é uma consideração importante. Finalmente, antes de comprar um novo dispositivo, cada pessoa deve entender que tipo de recursos e detalhes estão incluídos. Qualidade e segurança devem ser as primeiras características a serem consideradas antes de fazer uma compra. Como costuma acontecer, a melhor defesa contra o perigo é a cultura.
